
Por que o coração tem esse formato?
Se você já desenhou um coração na margem de um caderno, sabe que sua forma não se parece em nada com o órgão que bate no nosso peito. É um símbolo de amor, emoções e romantismo, presente na literatura, na arte e no nosso dia a dia. No entanto, sua forma real é completamente diferente da que vemos em imagens e ícones. Então, como surgiu essa representação? A resposta está na história, na biologia e... Em alguns erros medievais.
Uma planta antiga e o amor
Uma das teorias mais intrigantes nos leva à Grécia e à Roma Antigas. Naquela época, valorizava-se muito uma planta chamada silphium, usada como tempero, medicamento e, curiosamente, como um eficaz método anticoncepcional. Seu valor era tão alto que sua semente aparecia em moedas da época. O mais interessante? A forma dessas sementes se parecia com o símbolo do coração que conhecemos hoje. É possível que daí venha sua associação com o amor e os relacionamentos humanos. Embora o silphium tenha sido extinto por superexploração, seu impacto cultural provavelmente sobreviveu na forma do símbolo do coração.
Cisnes entrelaçados e uma visão romântica
Outra teoria vem da natureza. Os cisnes são conhecidos por formar casais para a vida toda. Quando dois cisnes se aproximam e entrelaçam seus pescoços, criam uma figura que se assemelha a um coração. Essa imagem harmoniosa e bela pode ter inspirado os artistas a adotar esse símbolo do amor. Talvez a observação dessas aves tenha reforçado a ideia do coração como representação da união emocional entre duas pessoas.
Ilustradores medievais e seu erro
Uma teoria menos romântica, mas bastante provável, está relacionada aos artistas medievais e sua peculiar interpretação da anatomia. Naquela época, o conhecimento médico era limitado e as ilustrações dos livros se baseavam mais em descrições do que em observações reais do corpo humano. Como resultado, começaram a representar o coração como uma figura simétrica com uma fenda na parte superior. Embora esse desenho não tivesse nada a ver com a realidade anatômica, ele se popularizou na arte e perdura até hoje.